segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Começamos a 5 de Outubro


Já há data para começar a trabalhar: cinco de Outubro.
Se partirmos a vinte e pickles de Setembro vamos ter uma semana e meia para arranjar casa, comprar carro, montar a antena da TVCabo, comprar a licença para ver televisão, comprar o que não levarmos daqui e for essencial, arranjar telemóvel britânico e arranjar net.

Uma semana e meia: chega, sobra e ainda dá para descansar.

Acelerou outra vez...


Pois.

Segunda feira de loucos: contactar tradutora de documentos, perder a hora de almoço para lhe dar os documentos a traduzir, ir ao notário autenticar fotocópias de passaportes, receber mail de 15 páginas da Lloyds com o contrato, as normas, as condições, etc...

E os 35ºC não ajudam a tornar o caminho mais curto.

Para logo outra maratonazinha: levar a assinar o atestado médico da Vanessa, cancelar o contrato com a Optimus, arrumar as ultimas coisas lá de casa e começar a ver datas de voos.

O que vale é que o Benfiquinha vai ganhar ao Setúbal e sempre são duas horas bem passadas a ver a bola.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

E porque não?


Ir ver o Benfiquinha a Goodison Park? 5 de Novembro...quem sabe...

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

VV


Mudança de planos!

Feito o estudo, levar carro para Inglaterra representava um gasto demasiado grande, numa viagem demasiado enorme, para depois chegar lá e andar num carro com o volante... demasiado ao contrário de todos os outros (com o perigo acrescido que isso significa). Vai daí levar carro ficou fora de questão.


Mas ficar lá sem carro também não é opção. Como tal, já andámos a ver opções e estou certo que compramos carro(s) bom, barato (aliás indescritivelmente barato quando comparado com os preços em Portugal) e com o volante do lado certo. Para não ficar cá com o carro parado, e como teremos sempre o da Vanessa das vezes que cá viermos... vendi o VV.

Calma... Eu sei que o carro era mítico, subia rotundas, tinha pneus que duravam 96.000 kms e era já uma imagem de marca da minha pessoa... Mas também era só um carro e com o dinheiro da venda compro lá um melhor, pago o seguro de um ano e ainda sobra algum. Além disso vai parar às mãos de uma pessoa que o vai estimar bem mais que eu, por isso... já está.

Esta é a aventura...

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Dar ao chinelo


De volta à faculdade...

É assim que me sinto depois de agarrar no meu último companheiro de quarto e de passar umas horas com ele: "Medicines, Ethics and Practice: A guide for pharmacists and pharmacy technicians".
Basicamente, é a minha introdução à lei que regula a prática da actividade farmacêutica no Reino Unido. Na prática é mais que isso: é o regresso aos estudos (a que acho que vou ter que me habituar nos próximos meses); é o adaptar à leitura, escrita e interacção em língua inglesa a todas as horas e o tomar conta da nova realidade legal que nos espera.

Esta é a aventura...

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Aldeia global


Eu e a Vanessa temos tentado planear ao máximo o início desta aventura. Tentamos saber o que é viver em Gloucester, o que é ser farmacêutico em Inglaterra, qual o custo de vida (casa, carro, bens de primeira necessidade, telecomunicações,...), qual o valor dos impostos, quanto custam as viagens. Queremos ir preparados e para isso temos procurado muito e recebido algumas ajudas.

Um dos problemas que mais nos preocupava era como raio iríamos pagar a inscrição na RPSGB, já que só o podíamos fazer através de ordem postal dos Correios britânicos ou de um cheque de uma conta britânica. Acontece que não temos acesso a uma coisa nem à outra. Como resolver isto?

Coincidência das coincidência, um farmacêutico português de Blackburn que nos tem ajudado muito no tal processo de conhecimento da realidade inglesa, veio a Portugal por estes dias e veio passar uns dias bem perto de Coimbra. Oportunidade perfeita para o conhecer, trocar mais uma ideias, conhecer mais pormenores do que é a vida em Inglaterra, aceder a um cheque de uma conta britânica e, bónus, cambiar euros por libras (para os primeiros tempos) sem ter de pagar taxas nem comissões a terceiros.

Foi uma aula prática do que é a vida, no mundo, neste início de século XXI: Internet, conhecimentos online, comunicação por mail e messenger, mobilidade simplificada e facilidade em resolver problemas. O mundo é cada vez mais pequeno!

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

À bolina


Ponto da situação: o barco encontra-se a bolinar...

Depois de um início de processo em que quase diariamente se sucediam as novidades e em que todos os dias havia qualquer coisa a fazer, o barco lá se pôs em andamento e encontra-se agora a navegar em águas calmas. O tempo está bom, baixámos as velas e vamos ao sabor do vento...

Trocado por miúdos, estamos à espera do atestado médico da Vanessa (Oh Portugal, que páras em Agosto e deixas ir toda a gente de férias...) e do certificado dela da Universidade para que eu depois possa ir mandar traduzir isso tudo e reconhecer a papelada ao notário.

Só depois disto é que podemos enviar tudo para a RPSGB e meter mais velocidade no barco. Lá para meio de Setembro teremos novidades deste capítulo.

Esta é a aventura...

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Espinhos

Nem tudo são rosas nesta história de ir para Inglaterra. Ou por outra, são rosas mas tal como todas também têm espinhos.

"Ah e tal... porque é giro... e vai ser uma aventura..." Pois, mas calma aí! Vai ser uma aventura, sim senhor, mas de certeza que nem tudo vão ser coisas boas.

Pessoalmente uma das coisas que mais temo é esta:


Agosto, calor infernal em Portugal, Sol todos os dias e... Gloucester com nuvens.
Ai que saudades vou ter do Sol.

Esta é a aventura.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Tecnologias

Com uma mudança destas em mãos, todos os dias há qualquer coisa para planear ou, pelo menos, à qual dispensar alguma atenção. Hoje foi o dia das telecomunicações: ver tarifários de telemóvel, ver tarifários de internet, tomar noção da realidade da taxa de televisão...

Quanto aos telemóveis parece-me que estamos cinco estrelas. O que não falta são operadoras e nestas coisas da concorrência, já se sabe, quanto maior a disputa, melhor para o consumidor. Do que lemos, parece que o melhor é mesmo optar pelo "pay as you go", o equivalente ao nosso pré-pago, que não nos prende e até tem uns tarifários engraçados: quase todas as operadoras têm chamadas grátis dentro da mesma rede e quanto às chamadas para Portugal... Skype.

Um luxo este Skype! Experimentei hoje, depois de muita insistência de um amigo e fiquei fã. Qualidade na transmissão e recepção de voz, possibilidade de video-chamada e melhor... tudo "à pato". Agora é só pôr isto em casa dos papás, ensinar a trabalhar e convencer todos os contactos relevantes a fazerem o mesmo.

Internet: não demos muita atenção. Fomos lá por dedução: se no telemovel estamos sobre rodas, na net não há-de vir grande problema.

Televisão: queres ver no ecrã, pagas taxa. Queres inventar e ver no PC, pagas taxa. Achas que és esperto e queres enganar os gajos: pagas multa. Conclusão: 140£ por ano são inevitáveis.

Esta é a aventura...

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Uma aventura nunca vem só...


Orientados que estão os primeiros documentos para o registo na RPSGB e enquanto aguardamos resposta da Lloyds para saber se podemos fazer o registo apenas quando estivermos no Reino Unido, muitos outros problemas têm de ser resolvidos.

Neste momento andamos às voltas com o transporte dos nossos carros para lá. Ponto prévio: sim, vamos levar carros. Vamos trabalhar num meio onde a rede de transportes públicos não é muito vasta e a mobilidade a tempo e horas é algo que vai ser fundamental no nosso emprego. Sim, já sei que conduzir à esquerda vai ser tramado mas havemos de aprender.

Até ver, contactámos, por mail, oito empresas que fazem transporte de bens pela Europa. Já responderam duas. As respostas foram de rir: uma pede à volta de 1500 €, a outra não está para modas e atira o belo preço de 2500 €. Devo ter sido pouco explícito... se calhar perceberam que era para transportar dois tanques.

Conclusão, se as próximas seis respostas rondarem estes valores já sabemos...sai um road-trip por essa Europa fora até Gloucester...

Esta é a aventura...

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Manual de sobrevivência perante novas oporunidades


Basicamente, já todos estivémos perante novas oportunidades. Pessoalmente, penso que tudo se resume a 4 fases:


1 - TREMES
É inevitável! Quem negar que passa por esta fase está a mentir.
Qualquer mudança radical ou qualquer oportunidade que valha a pena encerra em si um salto no desconhecido que cria em nós um medo enorme. Daí que a primeira fase que se viva perante uma nova oportunidade é mesmo a tremideira. Pensamos que não dá, que é areia demais para nós, que se calhar é melhor arranjar uma desculpa e fugir... basicamente, pensamos que não conseguimos. É normalíssimo! Por mais "leão" que se seja, ninguém consegue não passar pela tremideira.


2 - ACEITAS (no matter what)
Aqui é que a porca torce o rabo! Muita gente não chega a esta fase e deixa que a tremideira tome conta da decisão. É uma fase onde a tremideira ainda não foi ultrapassado mas que, mesmo cheios dela e ainda sem saber bem como é que nos vamos safar, damos o passo em frente e, aparentando uma dose inabalável de confiança, dizemos "Sim" à nova oportunidade.


3 - PERCEBES QUE SE OS OUTROS CONSEGUEM TU TAMBÉM HÁS-DE CONSEGUIR
É a fase simetricamente oposta à primeira. É aquela em que tomas consciência que, afinal, o bicho-de-sete-cabeças não tem tantas cabeças assim e já houve gente que o conseguiu, logo não será de todo impossível. Começas a acreditar que é possível e a tremideira começa a desaparecer.


4 - DESEMERDAS-TE
É a fase simetricamente oposta à segunda. Já aceitaste, agora não podes voltar atrás!
Está aceite, está aceite! Agora resta trabalhar "como o caneco", "dar ao chinelo", ler muito, reunir muita informação, tomar consciência do que há a fazer e meter mãos à obra. É mais ou menos como ver a terra atrás de ti a cair e ter um caminho à frente para onde andar. Só resta correr...para a frente. Já nem há tempo a perder a pensar na fase 1. Isso já foi. Agora que está aceite, não há volta a dar. É trabalhar, acreditar muito, trabalhar, não desistir, trabalhar e... quando dermos por ela está a acontecer o que queremos.
Esta é a aventura...

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

UK (also) works on paper


Quando trabalhava em Figueiró dos Vinhos era normal cruzar-me com alguns estrangeiros. Certo dia, uma senhora holandesa que decidira vir gozar os seus anos de reforma para Portugal, disse-me, queixando-se da burocracia do nosso país e de todos os papéis, impressos, selos, carimbos e afins que tinha de preencher: "Portugal works on paper".


Lembrei-me hoje dessa senhora.

É que passei a tarde, de um lado para o outro, a tentar reunir a papelada que precisamos de enviar para Inglaterra a fim de nos inscrevermos na RPSGB (Ordem dos Farmacêuticos lá do sítio). Bem... há de tudo. São formulários, são anexos, são atestados médicos, são certidões de nascimento, são provas de nacionalidade, são diplomas,... Até a porra da fotografia que cada um mandar tem que ser assinada por alguém que nos conheça há mais de dois anos, que se identifique, que não seja da família e que escreva por trás das mesmas que eu tenho o belo aspecto que a foto documenta e que a Vanessa também é tal como está a foto. De rir...

Ah... e cada documento que enviarmos em português tem que levar anexo uma bela tradução em inglês, feita e assinada por um tradutor licenciado para tal e reconhecida por um notário. Porreiro... já temos (tenho) entretém para a próxima semana...

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Gloucester, UK


Tomada a decisão de partir e com uma proposta do Reino Unido nas mãos, era-nos possível escolher entre uma série de diferentes destinos. Como o nosso conhecimento da geografia do país fica assim entre o zero e o muito pouco, procurámos apenas uma cidade que, sem ser muito pequena, não fosse uma das maiores (para que o custo de vida não seja tão elevado mas para que também não nos obrigue a ficar desterrados no meio do nada). Além disso, a nossa outra única exigências era que ficássemos perto do mar.

Gloucester é pois uma cidade que nos parece responder a estes desejos. Trata-se de uma cidade portuária de tamanho médio, localizada no sudoeste do país, com cerca de 120 000 habitantes (semelhante, pois, a Coimbra)e com grandes cidades a uma distância razoável (Cardiff e Birmingham mais ou menos a 100 km cada e Londres a cerca de 200 km). Tem rio, tem mar, tem futebol, tem rugby, tem cricket, tem Lidl, tem Tescos, tem ingleses, tem estrangeiros, tem carros a guiar à esquerda, tem chuva até dizer chega... epá, tem tudo o que uma cidade britânica tem. Basicamente é isto...

Esta é a aventura....

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Genesis - Parte II


"A vida contrai-se e expande-se proporcionalmente à coragem dos indivíduos"
Anaís Nim

Trata-se, pois, de uma oportunidade estimulante barra assustadora. É daquelas situações em que o copo está a meio... Para uns meio vazio, para outros meio cheio.

Eu, tendencioso como sou, digo que está bem à vontade meio cheio: trata-se uma experiência única, que será sempre valorizada quando voltarmos, que nos vai dar um andamento e pêras, que nos permitirá ganhar um dinheiro engraçado e que se não fizermos agora provavelmente já não faremos.
A Vanessa vai alternando entre o meio cheio e o meio vazio: falar sempre inglês não é fácil, vamos estar sozinhos pelo menos nos primeiros tempos, o clima é horrível, quase não há Sol o ano todo, o Benfica este ano é campeão fácil e não vamos estar cá para esfregar isso na cara do Pardal, vamos sentir falta dos amigos e a ajuda da família, há muita burocracia na mudança,...

Sinceramente, agora que penso, há horas em que o meio vazio também me passa pela cabeça. Aí, páro, inspiro fundo e uso a frase que sempre me moveu ao longo da vida:

Porra, se os outros conseguem por que é que nós não havemos de conseguir?
Esta é a aventura...

Genesis - Parte I


Daqui a vinte anos estarás mais decepcionado pelas coisas que não fizeste do que pelas coisas que fizeste. Portanto, livra-te das bolinas e navega longe dos portos seguros. Pega os ventos da aventura. Sonha. Explora. Descobre.
Mark Twain

Uma típica tarde de Maio, daquelas em que os dias se vão tornando cada vez maiores, como que a dizer que o Verão se aproxima. Uma tardada de amigos na Mansão, uma esplanada, uma hora de café com amigos, um trajecto de carro a três...

Se tivesse que marcar no tempo o início desta aventura, este seria o momento. A gota de água que fez transbordar o copo da resignação e me fez, finalmente, ver que já não estava satisfeito com o que tinha. Já não bastava o emprego estável e com bom ambiente, que não dava chatice nenhuma e onde se ganhava razoavelmente bem porque a rotina instalara-se e já nem o futebol chegava para me estimular. A minha ambição por desafios obrigava-me a mais....

A juntar a isto, os oito anos de namoro com a Vanessa também já pediam algo mais. Ou como, dizia um brasileiro que conhecemos há uns meses: "Oito anos de namoro? Minina... ele 'tá te enrolando!". Mas a vinda dela para Coimbra ou a minha ida para o Porto seria sempre a cedência de uma das partes...

É então neste contexto que pensamos na possibilidade de ir para Inglaterra. Pesquisa para aqui, curriculum para ali, mail para acolá e o telefone toca. Querem-nos lá! Trata-se da oportunidade para ambos que provavelmente daqui a 5 ou 10 anos já não fará sentido, de aceitar um desafio novo num país diferente, para um trabalho bem pago e com mais responsabilidade e que provavelmente será uma mais-valia para o futuro. Além disso, a possibilidade ideal de iniciarmos uma vida a dois em território neutro.

Esta é a aventura... O relato segue dentro de instantes...