sábado, 12 de novembro de 2011

Estórias V - Pneus

A história de andar à procura de carro, lembra-me uma grande "estória".

Corriam os últimos meses do ano de 2007. Era altura de levar o meu carro à inspecção e o meu pai ficou de o levar a um mecânico amigo para ver se tinha algum problema. Entreguei-lhe o carro e fiquei com o dele. No dia seguinte, estava a acabar o treino, aparece-me o meu pai, no Bolão, com cara de poucos amigos.

"Então? Está tudo bem?" - perguntei. 
O homem só não me bateu: "Está tudo bem? Está tudo bem? Tu sabes como é que tinhas os pneus do carro?? O mecânico levantou-o e até se assustou. Até os arames se vêem! Tens noção do que isso quer dizer?"
"Presumo, agora, que seja mau."
"Mau? Tu és um inconsciente."

Não muito convencido de que toda a gente soubesse da questão, cheguei a casa e perguntei ao Auto e ao Pardal: "Ouçam lá, vocês sabem que se devem trocar os pneus do carro, de vez em quando?"  
"Óbvio. Porquê?"
"Epá, é que o meu carro fez mais de noventa mil quilómetros e só agora, por ter ido ao mecânico, é que os vou trocar. E o meu pai fartou-se de me chatear a cabeça."
Posso dizer que ainda hoje sou gozado por causa disto.

E agora a cereja: estávamos em 2007. Eu vivia em Coimbra, trabalhava em Figueiró dos Vinhos e treinava os juvenis da Académica. Fazia 140 quilómetros todos os dias. De três em três semanas, com os serviços na farmácia, às sextas-feiras ia e vinha duas vezes, com passagem pelo Luso. Eram 300 quilómetros num dia. E ao fim de semana ainda ia ao Porto ter com a Vanessa.

De facto o carro chiava um bocado nas curvas. Mas eu pensava: "Está a chiar, está a aderir". Por vezes penso que a inteligência me foi toda para os pés... 

4 comentários:

Nuno Gabriel disse...

És o maior...CROMOOOOOOOOOO!!!
Já conhecia esta linda história, mas gostei de reler!

Abraço amigo

Ricardo Freixo disse...

Grande Lagini, amigo:

Finalmente encontrei o blog, e pelos vistos vou vou me fartar de rir...

Como estás a falar de carros, lembro-me da mítica história em que foste estacionar o carro do Varandas; daquela em que estavamos parados no trânsito e tu, para mudares de estação de rádio, tiras o pé do travão e batemos no carro da frente....ehheheheh....ou ainda da escova que utilizavas para desembacear os vidros...

Grande abraço figura mitica...

Ricardo Freixo

André Lage disse...

Grande Freixolas, do que tu me foste lembrar!!!

Li o teu comentário às 20h, no telemóvel. Depois pus-me a jogar um FIFAzinho e parecia um maluco: volta e meia começava-me a rir sozinho a lembrar-me dessas histórias.

A do Varandas ainda me lembrava bem porque volta e meia vou-a contando. Agora a do rádio, já não me lembrava há anos.

Que comédia! Era para aí a minha primeira semana de carta e provavelmente o meu primeiro dia a conduzir à chuva. Tínhamos 18 anos, eu tinha-te ido buscar não sei onde. O vidro da frente estava sempre a embaciar e eu, entre limpezas com aquela escova mítica, estava-te sempre a dizer para não mexeres no rádio, que eu tinha de estar concentrado.

Depois, naquela rua que desce para o Cartola, estávamos parados num semáforo e eu, para desligar o rádio, distraí-me e larguei o travão. Batemos no da frente, pá. E eu só dizia: "Tás a ver? Tás a ver? Tenho que estar concentrado!"

Opá... já me ri aqui um bom bocado. Um dia escrevo um livro com as minhas "estórias" todas e as pessoas pensam que é ficção.

Abraço

Ricardo Freixo disse...

Ehehhehe...é verdade, as tuas "estórias" davam um livro!! Deixo já aqui a sugestão para um capitulo ser: eu e o Varandas, onde relatas as peripécias todas que tiveste com ele...Essa do radio foi mitica, mas a primeira coisa que disseste foi: "Já fomos! N te mexas, fica quieto que se calhar nem repararam!!"...