domingo, 25 de setembro de 2011

Dois anos sobre a chegada: balanço da aventura


Passam, hoje, dois anos sobre a sexta-feira, 25 de Setembro, em que chegámos a este fim-de-mundo.

É facil de resumir: chegámos, passámos por dificuldades no início, mas estamos adaptados e em posições priveligiadas. De resto, continuamos a conhecer pouca gente por cá, continuamos a conduzir as mesmas duas "charanguetas velhas" que comprámos quando chegámos, continuamos a viver na mesma casa (vontade não falta para mudar, mas ainda não encontrámos nada melhor) e, principalmente, continuamos a adorar cada regresso a Portugal. 

Olhando dois anos para trás creio que valeu a pena, mesmo tendo em conta que passámos tempos difíceis, no início. Ainda hoje, à Vanessa, custa muito recordar as primeiras semanas no hotel, a comer sandes de atum ou "chicken wings", dia após dia, e com a janela a servir de frigorífico. Ou os primeiros meses em que, sem carro, atravessávamos a cidade, ao frio, para apanhar o autocarro que nos levava a um trabalho quase estranho e onde éramos a base da hierarquia. Ou, até, os meses seguintes ainda piores, em que partilhávamos um carro (o que nos obrigava a acordar horas mais cedo), e éramos carne para canhão na empresa, para ganhar tuta-e-meia.. Eu gosto de recordar esses tempos: lembram o quanto foi difícil e dão ainda mais valor a tudo isto.

Olhando para o ponto onde estamos, nem mesmo nos planos iniciais mais optimistas nos imaginava numa situação tão boa, ao fim de dois anos. Ela com trabalho regular como locum, com boa reputação nas empresas para quem trabalha e feliz com a flexibilidade que o trabalho por conta própria lhe proporciona. Eu com o melhor horário imaginável, com uma posição vantajosa na Lloyds e com a confiança dos meus superiores. *

Neste momento o difícil, mesmo, é pensar no regresso. Não me imagino a fazer o que fazia mas também ainda não sei como posso valorizar o conhecimento e experiência que aqui estou a adquirir nem como potenciar toda esta aventura. Para já, e à falta de melhor, vamos ficando...

Mas já se sabe, agora que terminaram os dois anos que tínhamos em mente, estou nas mãos da Dra.: quando ela mandar, tenho de pensar no regresso. Mas aqui entre nós - que ela nunca lê este blog - eu sei que ela não pensa em sair daqui tão depressa...

* - Mas sempre com o mail aberto para ouvir propostas bonitas. Em especial se vierem da Ilha de Man.

2 comentários:

enfermeiroUK disse...

Eu ja aqui tou há 4 meses e passou rapido...imagino que 2 anos também tenha passado num ápice...

Eugénio disse...

Escreveste bem meu caro Lage. Se escrevesses no blog que estarias de regresso a Portugal nesta altura do campeonato recebias logo um telefonema meu com um "Tens a certeza?".

Tal como tu, também me agrada recordar os momentos iniciais. Eu e a Ana recordamos isso várias vezes.

Também penso várias vezes em qual será a melhor forma de capitalizar esta incursão pelo UK aquando do regresso a Portugal, mas também não tenho resposta. Mas continuo a pensar nisso regularmente, até porque a profissão aqui (e cada vez mais) é, tal como a carreira de futebolista, de desgaste rápido.

Abraço