sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Da vida de emigra - Análise gráfica I

Agora que recebemos a chave da casa, e já depois de termos tido problemas na conclusão do negócio, verificamos que a quantidade de burocracia, decisões e tarefas chatas que temos a fazer voltou a aumentar muito. Serviu isto para me pôr a pensar em como o trabalho que temos tido tem variado ao longo desta experiência. Penso que a coisa se pode resumir no seguinte gráfico "Trabalho vs Tempo":

Fig. 1 - Trabalho vs Tempo - Clicar para aumentar 

O gráfico representa a quantidade de trabalho que fomos tendo ao longo do tempo da experiência e tem como zero de ordenadas (t = t0) o primeiro dia em solo britânico.

A linha do gráfico inicia-se, pois, num ponto (t = ti) de ordenada negativa - uma vez que ainda estávamos em Portugal -, que marca o início dos trabalhos. A partir daí, e até chegarmos a solo britânico (t = 0) o trabalho foi sempre aumentando de forma constante: era o tempo dos certificados, do reconhecimento de documentos no notário, das apostilhas,...

Chegados a solo britânico (t = 0), o trabalho aumentou ainda mais, e de forma ainda mais pronunciada até atingir um máximo (t = t1), lá para Outubro de 2009. Este era o tempo da procura de casa, da abertura de contas no banco, do registo na segurança social, da adaptação a um novo emprego, do estudo, da finalização de inscrição na Royal Society, etc. Repare-se que o declive do segmento de recta [t0-t1] é bem maior que o declive do segmento de recta [ti-t0], demonstrando claramente que o tempo que se sucedeu à chegada a Inglaterra correspondeu a um aumento ainda mais acentuado do trabalho. Complicando podemos dizer que:  d' f(t) [t0-t1] > d' f(t) [ti-t0].

Passado o momento de trabalho máximo (t = t1), a ordem natural das coisas e a adaptação à realidade do lado de cá trouxe consigo uma diminuição do trabalho (segmento de recta de declive negativo em [t1-t2]), até estagnar em t = t2. O intervalo de tempo [t2-t3] representa na realidade um grande intervalo de tempo (fim de 2009 até meados de 2012) e pode ser denomindado de "rotina": intervalo em que uma vez instalados, adaptados estabilizados, o trabalho é mínimo.

E chegamos então ao ponto t3. Um ponto importantíssimo em que assistimos de novo a um aumento do trabalho, por vontade própria. É um ponto em que fartos da rotina, e tendo em conta outros factores -próximo post -, resolvemos embarcar em nova empreitada e nos metemos a comprar a casa. O trabalho aumenta de novo (segmento de recta [t3-t4] de declive positivo) até um ponto de trabalho máximo (t = t4), a que infelizmente ainda não chegámos.

Neste momento encontramo-nos algures no intervalo [t3-t4], o que significa dizer que estamos a ter umas semanas lixadas outra vez, divididas entre o trabalho nas farmácias e as horas passadas na casa. Prevê-se, pois, um Setembro complicado de medições, orçamentos, trocas de chão, escolhas de mobília, mudanças, etc (com duas idas a Portugal pelo meio). Depois.... bom depois é só deixar o tempo correr até t = t5 e, a partir daí, começar a aproveitar.

Até a cabeça nos dizer que é hora de fazer nova inflexão no gráfico e nos metermos na próxima empreitada.

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