sábado, 24 de dezembro de 2011

Estórias VI - O meu Charles Dickens

Quem me conhece sabe que eu não sou grande fã do Natal. Como eu costumo dizer, opto por gostar do Natal 51 semanas no ano: de quem se gosta, gosta-se sempre. 

Mas ontem, no final de uma semana cansativa de trabalho, eu e a Vanessa fomos jantar fora e ela perguntou-me se eu nunca tinha gostado do Natal. E aí, eu comecei-lhe a contar a hitória dos melhores Natais da minha vida: os Natais de quando eu era puto.

Era sempre igual. Passávamos todos (eu, os meus pais, os meus tios e os meus primos do lado materno) a noite e o dia de Natal, em casa da minha avó materna. Era o ano todo a pensar naquilo porque era das poucas, raras, vezes que essa parte da família se juntava toda. Era sempre igual: jantávamos todos em casa da minha avó e depois voltávamos a passar o dia todos juntos, com mil pequenos pormenores a repetirem-se ano após ano.

Mas era, como disse, o ano todo a pensar naquilo... e depois aquilo passava num instante. O pior do Natal era mesmo o dia 25 à noite, porque tinha sido o ano todo à espera do Natal, da junção da família, e depois a coisa passava num instante e só voltava a ser Natal daí a um ano inteiro. 

Se calhar está aí a génese de eu hoje não ligar ao Natal. É que os meus Natais de puto foram mesmo muito bons. A fasquia ficou injustamente muito alta  para os Natais Presentes se aguentarem. Esperemos, pois, que a família aumente para que em breve, no Natal Futuro, eu possa voltar a gostar do Natal.

Ainda assim: Boas Festas, people! O surdo vai para cima da coluna.

1 comentário:

Nuno Gabriel disse...

Caro amigo:

Felizmente o meu Natal, excepto este ano, foi durante 28 anos, isso tudo que tu descreveste!

Este ano, foi totalmente diferente, ao calor, e sem uma das coisas que mais gosto: estar sentado à mesa a jantar e na comédia! Mas atenção que foi bom...mas diferente! Mas senti falta da habitual reunião familiar, que de ano para ano, fui gostando cada vez mais!

Mas a vida é mesmo isso...importante adaptar bem a todas as situações, se possível com um sorriso...nem que seja em cima da coluna...heheeh

Abraço