sexta-feira, 16 de outubro de 2009

O trabalho... e nós.


Quem, acidentalmente, tropeça no blog, pode por vezes pensar que estamos em Gloucester de férias, ou quando muito de Erasmus. Mas, de facto não... Estamos cá em trabalho(s!).

Quanto ao trabalho, e para quem conhece a realidade do que é a farmácia comunitária em Portugal, posso dizer que as diferenças são mais que muitas. Para começar (e distinguir logo completamente do nosso país) nota-se que a lei aqui é cumprida a cem por cento. Ninguém desvia um milímetro que seja. Se é medicamento de prescrição obrigatória é-o e acabou. Não há cá desvios.

Depois, quanto ao papel do farmacêutico na farmácia, não tem nada a ver com o que se passa em Portugal. Aqui ele é o elemento chave. Sem ele não sai um medicamento de prescrição da farmácia (ela inclusivamente deve fechar se ele não estiver) e na sua presença, todos os de prescrição que saem tem obrigatoriamente de ser seleccionados e/ou verificados por ele.

Também quanto ao papel da própria farmácia na comunidade as coisas por cá são mais activas, com uma variedade de serviços bem mais envolvente (todos sob a alçada do farmacêutico): desde, por exempolo, a vigilância da toma das doses diárias em doentes em terapia de desmame de estupefacientes até, por exemplo, à preparação exaustiva da medicação de utentes que já não tenham capacidade para o fazer.

Tudo isto para dizer o quê? Em primeiro lugar para dizer que aqui há muito mais trabalho para fazer. Desde que entramos até que saímos é sempre a bombar. As horas passam mais rápido porque há muito, mas mesmo muito, para fazer. Em segundo lugar que aqui há muito mais pressão não só para conseguir fazer tudo o que há para fazer mas também para garantir que tudo é bem feito porque não podem passsar erros por nós. Em terceiro lugar que, como há muita coisa nova, estes têm sido tempos difíceis (nos primeiros dias então, pareciamos estagiários outra vez) e de muito estudo (bem... não tanto como devia). E por último, que todas estas diferenças no trabalho nos tem afectado de modo diferente... eu gosto de todo este ritmo e de toda esta novidade (nem que isso implique estar, por momentos, na parte de baixo da pirâmide pois têm de me ensinar tudo) enquanto a Vanessa preferia a comodidade do sistema português onde de facto, por um lado, já dominava tudo e, por outro, não estava diariamente sujeita a tanto desgaste.

Esta é a aventura....

P.S. - Há mais diferenças...irei falando delas...

2 comentários:

yevgeny disse...

Eu tinha-te dito!
Isto aqui não é para malandros, trabalha-se mesmo a sério!

Quanto ao conceito de farmácia comunitária, ou se adora ou se detesta...
Na minha opinião o conceito de farmácia comunitária do UK é como o comunismo, é utópicamente perfeito, ou seja, é realmente um conceito brilhante, mas a aplicação na realidade não está isenta de espinhos

Ana Catarina disse...

Não sei porque deixei de receber actualizações do teu blog mas dps investigo, agora tenho muito que ler...

(neste post gosto particularmente da faceta de não deixar passar erros e passar ter tres sss, só pa ser diferente:P)

beijo