quinta-feira, 13 de setembro de 2012

The line in the sand

Na semana passada, ligou-me o Area Manager - o chefe - e, entre assuntos da farmácia de Quedgeley, disse que tinha uma farmácia com problemas, em Weston-Super-Mare, e que gostava de me mudar para lá, por algum tempo. Eu, como fui apanhado algo de surpresa, só fiz algumas perguntas e disse que falaríamos melhor esta semana, no final da reunião de grupo que temos de dois em dois meses. 

A reunião foi ontem. No final, fiquei com ele na sala e disse-lhe que queria falar sobre Weston-Super-Mare. Não foi uma conversa nada fácil. Primeiro, porque o que tinha para dizer não era fácil. E segundo, porque tive que o dizer várias vezes, porque várias vezes fui pressionado a mudar de opinião e porque, em todas elas tive que manter a minha posição... o que perante uma chefia é, no mínimo, desconfortável. 

Basicamente, ele queria enviar-me quatro dias por semana para Weston-Super-Mare (que fica de onde estou, como Coimbra fica de Leiria) e manter-me outro dia em Quedgeley. Ou seja, por um lado ia pegar num mono, numa farmácia sem rei nem roque e que ia exigir de mim muitíssima dedicação e um sem número de chatices. Por outro, ainda ia ter que continuar a responder por Quedgeley, com a desvantagem de não estar lá diariamente, o que sempre conduz a problemas.

Mas o pior nem era o trabalho que ia ter: com mais ou menos dificuldade, fazia-se. O pior de tudo é que ia trocar um local de trabalho que, daqui a quinze dias, me fica a 5 minutos, a pé, de casa; por duas horas na estrada, quatro dias por semana. Isto numa altura em que acabámos de comprar uma casa e que temos milhentas coisas para fazer e projectos para os próximos tempos. Ora, que mensagem é que eu ia estar a passar em casa, ao aceitar ainda mais trabalho e trabalho que me obrigava a passar mais tempo fora de casa? Não podia aceitar.

No final, não podia ser mais honesto e disse-lhe o que sinto: "Estou, profissionalmente, onde quero estar.  Tenho um emprego diferenciado, sou estimulado todas as semanas, dou resposta e consigo ver o impacto do que faço. Ganho o suficiente. Sinceramente, neste momento não ambiciono mais. Muito menos se subir na profissão me fizer perder tempo pessoal ou familiar. Não me passa pela cabeça ter um emprego como o teu, Tony. Pelo menos, nos próximos anos. Se eu sofro pressão, acredito que tu sofres o triplo. Não quero isso para mim. Pelo menos nos próximos anos..."

Não creio que vá ter consequências imediatas desta recusa e acredito que ele não me pode forçar a mudar. Veremos... 

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