terça-feira, 23 de novembro de 2010

Da prisão


A prisão... Epá, a prisão é um ambiente que impõe o seu respeito. Pelo menos de início. Não é bonita (nem tem de ser). É prática e pelo que me foi dado a ver, parece-me conseguir aquilo para que existe: manter no seu interior, controlada, uma maltinha que não sabe viver em grupo, por não respeitar uma coisa que temos no mundo civilizado que se chama Lei.

Ainda não ando por lá sozinho porque ainda não me "checkaram" o cadastro nem me transmitiram todas as normas de segurança. Portanto, para já tem sempre de haver alguém que me vá buscar ao portão principal e me leve até ao Health Department. Pelo caminho, que no total (entre interiores e pátios) não deve ter mais de 100 metros, passamos, sem exagero, por umas dez portas. Todas elas a terem que ser abertas à chave e fechadas após a nossa passagem.
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Trabalho, trabalho, ainda não fiz muito. Estive para lá a ver uns stocks de controled drugs e a correr os ficheiros clínicos de todos os "hóspedes" para seleccionar aqueles a quem vou fazer os primeiros clinical checks. Basicamente, o que me é pedido é que me sente 10-15 minutos com cada um deles e faça o mesmo serviço que nas farmácias chamam MUR (Medicines Use Review): averiguar se está tudo a correr bem com a terapia, se as posologias estão correctas, se há efeitos secundários a assinalar, se eles sabem porque é que tomam cada medicamento, se há algumas dúvidas que queiram ver esclarecidas, explicar como se usam alguns dispositivos mais complicados,...

É trabalho. Numa farmácia, numa prisão, num supermercado ou num estádio de futebol aquilo não muda muito. É trabalho. 

1 comentário:

Eugénio disse...

Aqui tenho inveja da tua situação profissional. Nem que fosse para experimentar o ambiente