quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Epílogo

Acordei a pensar que faziam hoje quatro anos que aqui chegámos. Entretanto fui ver e já não tenho a certeza. Acho que foi ontem. Também, diga-se, não ligo nada a aniversários. Seja como for, parece-me o momento certo para "fechar o círculo", dizer pela enésima vez que a nossa aventura acabou e... encerrar o blog. 

O blog nasceu de uma necessidade/vontade de registar a aventura que ia ser trabalhar no estrangeiro, com todas as mudanças que isso envolvia, e de ao mesmo tempo manter um ponto de contacto com aqueles que quisessem saber como estávamos e o que andávamos a fazer. Ficará para sempre online para quem quiser saber como estes dois aqui chegaram, se adaptaram e foram vivendo os primeiros quatro anos desta aventura, que era suposto durar apenas dois.

Pessoalmente e em jeito de conclusão, é muito bom olhar para trás e relembrar algumas das coisas que nos aconteceram e tudo que fomos capazes de aguentar. Estamos num momento pessoal e profissional muito bom, não nego, mas desunhámo-nos para chegar aqui, viémos quando poucos queriam vir, aceitámos ir para onde poucos queriam ir, ultrapassámos uma data de situações adversas e ainda hoje pagamos o preço de uma distância que ninguém apaga e de quatro anos que ninguém nos devolve. 

Foram quatro anos inesquecíveis de vida. Tiveram de tudo. Desde chegar a Gloucester e não ter ninguém à espera, aos tempos dos sacos de plástico do lado de fora da janela do quarto de hotel (porque não tinhamos frigorífico). Desde o primeiro almoço sentado numa rotunda, ao quarto que tinha um cano que nos acordava. À equipinha da Sunday League que não fazia dois passes seguidos e que agora parece o Barcelona da cidade. Ao treino na Lloyds, aos tempos de Relief, a Coronation Square, a Longlevens, à chegada ao Tesco, à subida no Tesco, aos novos projectos. Desde a primeira ida a Portugal em que parecia que tudo estava a fazer para que nós não chegássemos (a neve no aeroporto, o último comboio rápido que tinha partido, as obras na estação,...) até às idas regulares nos últimos anos.

Tem tido os seus momentos, sim senhor. Mas ultimamente, tirando uns devaneios de basófia e os registos das nossas férias e passeatas, simplesmente já não há muito para dizer. O blog arrastava-se e ele não merece isso. É melhor sair de cena quando ainda se tem alguma dignidade do que arrastarmo-nos sem noção de que o nosso tempo acabou. 

Não levem a mal. Não fiquem tristes. Ninguém morreu. A Vanessa, que há quatro anos disse que ia escrever de vez em quando, em 341 posts contribuiu com zero e já nao olha para isto desde 2010. E eu, além de já não ter muito para dizer, continuo a estar disponível para quem realmente quiser saber de mim, à distância de um telefonema, de um whatsapp, de um telegrama (Ainda se escrevem telegramas? Deixo a pergunta...) ou de um email. Quem não quiser saber de mim mas tiver alguma coisa em que ache que precisa de mim, chute uma mensagem no Facebook ou no LinkedIn que eu, quando tiver tempo, atendo-os com toda a certeza.

Quanto ao Futuro, ele estará cheio de peripécias, certamente. Quer a nível pessoal - já faltou mais -, quer a nível profissional - tem corrido bem o trabalho com as under 720 pharmacies, de tal forma que parece que me querem propor qualquer coisa na próxima semana. Eu vou ouvi-los... -, quer pelo simples facto de que eu sou uma figureta que, inevitavelmente, esbarra sempre em grandes histórias. Mas isso já foge daquilo que era o âmbito deste blog. Ficarão guardadas para as grandes jantaradas que a vida ainda me reserva connvosco, família e amigos, que por aqui foram passando.

Um grande abraço a todos vós, tolinhos que nos foram seguindo, e Obrigado por nos terem aturado. Vemo-nos por aí.


Esta foi a aventura.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

A melhor camisola da Sunday League


O clube este ano arranjou patrocinador e renovou o equipamento. Temos somente a melhor camisola da liga toda: grande material, elática, leve, cores fortes... A julgar pelo equipamento somos claros candidatos a limpar aquilo.

Fruto de dois ou três excelentes reforços, até ver, os resultados têm sido concordantes com a qualidade do equipamento.

domingo, 11 de agosto de 2013

Novo projecto

Ora, como disse, o chefe tem insistido para eu aceitar novos desafios e durante as férias que tive, em Junho (não publicitei aqui mas estive de férias em Junho), ele convidou-me para o ajudar num projecto que arrancou este mês. Algumas farmácias do Tesco não atingem os 720 itens por semana e, assim sendo, não são rentáveis. Em palavras muito simples: dão prejuízo e isso é inaceitável. Como tal precisam de apoio e precisam de um programa rigoroso que lhes permita ultrapassar a barreira dos 720/semana para entrarem no lucro.

Ora o meu chefe e os restantes Area Managers têm 35-40 farmácias para gerir cada um e, em cada uma delas, 15-20 parâmetros com que se preocupar. Visto que estas farmácias abaixo dos 720/semana necessitam de um apoio directo muito próximo e apenas voltado para um parâmetro que lhes está a afectar a rentabilidade, cada AM procurou encontrar um Pharmacy Manager que assumisse este projecto e criasse este apoio. E é aí que o tuga entra.

Enquanto estive de férias, em Julho, houve um workshop sobre este projecto. Como estava de férias, não fui e esta terça-feira tive de ir até perto de Londres para passar o dia a falar com o gestor central do mesmo: o Sanjay, um homem que trabalha no Head Office do Tesco e que é pago a peso de ouro "apenas" para gerar ideias e criar programas que criem rentabilidade no negócio. Confesso que fiquei impressionado com o tipo: um indiano, baixito, de 49 anos, muito experiente, com os truques todos da cartilha e que eu sei que estava a avaliar todos os meus comportamentos desde que coloquei um pé na sala. 

Explicou-me o que pretendia e, embora o desafio seja grande, eu estou com uma "pica" do caneco para começar com a coisa. Porque é muito à minha medida. Vou ter liberdade de acção para gerir muita coisa. Só tenho é de apresentar resultados e ajudar as minhas farmácias a crescer. Vou passar a sair um dia por semana da minha farmácia e a fazer hora e meia/duas horas de carro rumo a Sul, onde vou observar, avaliar, ajudar, dar suporte e lançar ideias nas farmácias e, principalmente, criar relações com equipas novas, colegas farmacêuticos, gestores de supermercado, médicos e gestores de lares. 

Fiz a viagem de regresso já a organizar umas ideias e entretanto já tenho um dossier alinhavado e um plano para as próximas semanas. Há muita coisa para fazer e estou cheio de ideias. Não vou ganhar nem mais um cêntimo por isto mas vou fazer um trabalho muito diferente e com isso vou desenvolver imensamente os meus skills sociais, de avaliação de comportamentos e de comunicação - precisamente o que mais me impressionou no Sanjay. Vai ser uma experiência e tanto que, se correr bem - como há um ano, com a abertura de Burnham - me vai colocar na linha da frente para continuar a merecer a confiança de receber projectos destes. 

Estamos na luta.


sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Sardenha - Julho 2013

Para intervalar um bocadinho com a bazófia, aqui fica o registo das férias de há umas semanas.

















segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Adaptado ao Tesco

Nesta altura de Verão, como planeei ter uma semana de férias em cada mês, as semanas passadas em Gloucester são quase todas de seis dias de trabalho. Como tal, o único dia de folga é aproveitado ao máximo para fazer algumas tarefas de casa e para me dedicar a uma actividade que adoro: não fazer nenhum. Não fazer nenhum envolve, em geral, chegar da Sunday League, cozinhar um bom almoço, degustá-lo a ver séries no iPad e passar a tarde toda no sofá a jogar Playstation, ver filmes ou séries. A Vanessa trabalha aos domingos. 

Tudo isto para justificar a ausência do blog e os posts que tenho no "ambiente de trabalho" à espera de vontade para serem escritos. Este, por exemplo, serve apenas para documentar um motivo de bastante orgulho: o ponto perfeito que atingimos na farmácia há umas semanas.

Cada companhia de farmácias do UK possui um forma de avaliar cada uma das suas lojas (embora, no fundo, sejam todas semelhantes e avaliem practicamente os mesmos indicadores de performance). O Tesco chama-lhe Steering Wheel e é emitida em períodos de 4-5 semanas. Tratam-se de duas roda divididas em segmentos - cada um para um indicador de performance - sendo que a roda de fora se refere à performance cumulativa anual, enquanto a roda mais interior se refere à performance do último período. Cada segmento é pintado de vermelho, amarelo ou verde consoante o falhar ou atingir do objectivo em cada indicador.

Esta é a última Steering Wheel da 3074 - Quedgeley: 


Por comparação com a Steering Wheel do meu chefe, que avalia a média das trinta e muitas farmácias que ele supervisiona:


E pergunta o perspicaz leitor, que melhor não tem para fazer que vir para aqui ler estas balelas: "Mas que ponto perfeito é esse que tem um segmento todo vermelho, no período e no acumular do ano?" - já a salivar para poder dar um banhinho de humildade a este cagarolas.

Ao que eu respondo: "Menos, perspicaz leitor! Menos! Que ninguém lhe pediu a opinião." Mas já que o tema é chamado, permita-me defender-me e dizer que aquele segmento inteiro vermelho é um erro. Aquilo devia estar verde, em conformidade com a performance da farmácia e como comprovam os dois documentos seguinte. 



Como corolário disto, tenho recebido alguma insistência do chefe para pegar noutros projectos. Mudar de farmácia já lhe disse que está fora de questão. Trabalho a cinco minutos, a pé, de casa, investi muito tempo e muito trabalho a colocar muita coisa a funcionar como queria e sei bem o que me espera em qualquer outro dos sítios para onde ele me quer enviar. 

Acumular outras funções - funções que me retirem algum tempo da minha farmácia e me coloquem a dar apoio directo a outras - já é algo que eu posso considerar e que, em breve, deverei começar a receber treino para fazer.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

O churrasco

Este post já devia ter saído há duas semanas mas, na altura, havia muita coisa para fazer e foi adiado e, entretanto, estive dez dias de férias e por isso nem olhei para o blog. 

Aqui fica um pequeno registo do churrasco que preparei, para a equipa, cá em casa. Falha grave: nem uma foto tenho das pessoas, o que pode alimentar o rumor de que tudo não passou da minha imaginação. A verdade é que eu tinha dito que ia tratar de tudo sozinho e com três entradas, duas qualidades de sangria, acender o grelhador, trocar a louça, grelhar a carne, buscar a sobremesa, fazer café e levantar tudo, não sobrou muito tempo para fotos. 

Avaliação: correu muito bem. Único senão: nunca tinha sido o único responsável por um grelhador a carvão. Como tal não sabia que as brasas tinham de estar apagadas quando começasse a grelhar a carne. Só nos custou umas quantas salsichas iniciais. Depois foi sempre a andar.

  




sexta-feira, 12 de julho de 2013

A história habitual - III

Chegou então a mobília e, de facto, as cadeiras eram um espectáculo. Primeiro porque pareciam mesmo confortáveis e segundo porque já vinham montadas. Já a mesa...

A Vanessa tentou montá-la e não conseguiu porque havia um encaixe que não era possível: duas peças tinham furos 2cm ao lado do que deviam. Depois, à noite, quando chegou a casa, o "engenheiro das obras tortas" não acreditou, pensou que a Vanessa é que estava a ser totó e foi tentar com ela: nada. De facto, o encaixe não se conseguia fazer. Finalmente, de manhã, ainda não totalmente convencido, o "engenheiro" voltou a tentar sozinho e, de facto, era impossível.

Encaixe correcto

Encaixe impossível

Conclusão: toca de devolver a mobília e pedir o reembolso. E com isto tinham-se passado duas semanas de trabalho, mails, telefonemas e chatice com a agravante de que não tínhamos mobília no jardim. E pior, agora tínhamos quatro grandes caixotes a atravancar-nos a cozinha e o corredor. Parecia um aterro.

O aterro 

Chamo a atenção para a qualidade dos embrulhos. Como já tínhamos mandado para a reciclagem os invólucros originais, tive de ir sacar uns caxotes e uns plásticos ao Tesco e puxar pela imaginação. 

Destaco a forma como envolvemos o tampo da mesa e o seu vidro com um gigante cabo Ethernet que eu andava há meses para mandar fora.

Para acabar e resumindo - porque é sexta à noite e eu ainda tenho uma montanha de coisas para fazer até domingo, à tarde, hora do churrasco - escusado será dizer que os artistas voltaram a combinar um dia para recolher os caixotes e não apareceram. Foram mais não sei quantos telefonemas e desculpas esfarrapadas da parte deles até ao dia em que, finalmente, nos levaram aquela porcaria daqui para fora. 

No final, quando pensávamos que iam engonhar para devolver o dinheiro, demoraram menos de 24 horas a creditar-nos, de volta, o que tinham recebido.

sábado, 6 de julho de 2013

A história habitual - II

Começou logo tudo mal com a entrega. 

Só um aparte que serve de introdução: se há bem pelo qual eu tenho uma infindável estima esse bem chama-se tempo. Para mim, tempo vale muito mais que dinheiro. A segunda coisa que mais odeio é perder tempo, a coisa que mais odeio é que a incompetência de outros me faça perder tempo. Fico doido! É assim, para mim, no trabalho, e é assim de forma ainda pior na minha vida pessoal, onde o tempo é ainda mais valioso. Tenho para mim que desorganização e incompetência estão muito muito próximas em significado porque, lá está, ambas conduzem à perda de tempo.

A juntar a isto, como maximizo ao máximo todas as férias que tiro (fazendo trocas para que cada semana de férias se transforme, efectivamente, em 11 dias fora daqui), quando estou em Inglaterra trabalho quase todos os dias. Normalmente faria 50 horas por semana. Com estas trocas, acabam por ser semanas de seis dias de trabalho: 60 horas. O que faz com o tempo livre seja pouco e por isso tenha ainda mais valor.

Posto isto, escolhemos o setting de jardim na internet, encomendámos, pagámos e acordámos o dia da entrega. Explicámos com infindável detalhe que a entrega tinha que ser feita de manhã porque nesse dia eu ia trabalhar das 12h30m às 22h30m. Garantimos que a pessoa do outro lado percebia. Nem que tivesse um atraso mental. Chegou o dia e os gajos não apareceram. Perda de tempo. Azia.

Combinou-se outro dia. Vanessa em casa o dia todo: não apareceram. E o mal é que o pagamento já tinha sido feito, senão pedia-lhes amavelmente para colocarem as cadeiras e a mesa onde o Sol não brilha.

Mail para cá, mail para lá, arranjou-se outro dia. Eu ia estar em casa de manhã e a Vanessa chegava às 14h00m. De manhã: nada. Fui uma hora a casa, das 15h30m às 16h30m: ainda não tinham aparecido. Cheguei à farmácia, pedi ao Swaib para ficar mais cinco minutos e fui para cima deles. Liguei aos gajos da entrega:

- " Nome? "
- " Vanessa Vieira. "
- " Pois... Isso hoje já não dá, mas amanhã..."
- " Amanhã o quê?? Entrega o quê, quando? O cara***! Está a ouvir? O cara***. Ouça, ou vocês entregam essa m**** hoje ou escusam de entregar. É o terceiro dia que está alguém à vossa espera de propósito. Os dois primeiras demos de borla. Hoje se não entregarem, não entregam mais. Podem pôr esse m**** onde quiserem. E o dinheirinho é para vir todo. Tenho mails a provar a vossa incompetência. Vocês andam onde? Bristol? Então quando acabarem vêm por aí acima e deixam as coisinhas lá em casa. Senão é como lhe digo, não entrega mais. "

No fim, pedi desculpa ao pessoal da farmácia porque, embora estando lá a um canto, o tom e algum conteúdo acabaram por ser audiveis, por alguns deles.

E os gajos entregaram, de facto, passado umas horas. Mas os problemas continuaram.


Um cambuta que também valoriza bem o seu tempo e não teve tanta paciência como eu

quarta-feira, 3 de julho de 2013

A história habitual - I

As coisas vão bem na farmácia e, como tal, o meu chefe continua a chatear-me para eu fazer mais qualquer coisa. Já estive mais longe de aceitar. 

Mas hoje não me apetece falar de trabalho porque cheguei de onze dias de férias* e parece que andou um gorila à solta na farmácia. Tenho para lá trabalho para fechar aquilo e ficar lá dentro, três dias, sozinho, a despachar papelada, responder a mail e organizar dossiers. E a juntar ao habitual caos que representa chegar de férias, desta vez isso calhou num final de mês, que é também mudança de trimestre e em que o Tesco decidiu lançar uma série de projectos, desde novas S.O.P.s a mudanças de planograma e o diabo a sete.

Adiante.

Há um mês, dados os bons resultados que temos tido na farmácia e porque nunca tinha convidado ninguém da equipa para vir aqui a casa, decidi preparar e oferecer um churrasco a toda a equipa. Como é que eu vou fazer isso, pergunta o perspicaz leitor que sabe que eu nasci com quatro pés? Pois, não sei. Nunca organizei um churrasco. Mas terei cerveja no frigorífico e penso que isso é meio caminho andado para o sucesso.

O que tambem ajuda ao sucesso é ter mesa e cadeiras no jardim e um grelhador. Fosse pelo churrasco, fosse porque também queremos, o que é facto é que a malta aqui de casa resolveu comprar uma mesa e umas cadeiras para o jardim. Demos uma olhadela numa série de sites e acabámos por decidir investir num conjunto todo XPTO. Cadeiras de topo. Uma qualidade do caneco. Preço: para cima de um dinheirão.

Só tem dado problemas. E novidades ?



* - Gostava de me penitenciar e de partilhar com a triste parte do mundo que não tem vida e que por isso vem aqui perder parte do seu tempo, que estive onze dias de férias - sete dos quais em Portugal - e que estive com os meus pais 1-2 horas, no máximo. Sou um canalha. As minhas desculpas à Dona Graça e ao Xôr Lage. 

domingo, 16 de junho de 2013

Concerto David Guetta e Rihanna

Isto já foi há uma semana, em Cardiff. Aqui fica o registo.



Um bom lusco-fuscozinho: concerto a começar às 18h00, às 22h30m estava acabado e à meia-noite já se estava em casa. Depois: Ipadzinho a meio gás, chá quente e cama, que no dia seguinte era para acordar às 05h30m.