Acordei a pensar que faziam hoje quatro anos que aqui chegámos. Entretanto fui ver e já não tenho a certeza. Acho que foi ontem. Também, diga-se, não ligo nada a aniversários. Seja como for, parece-me o momento certo para "fechar o círculo", dizer pela enésima vez que a nossa aventura acabou e... encerrar o blog.
O blog nasceu de uma necessidade/vontade de registar a aventura que ia ser trabalhar no estrangeiro, com todas as mudanças que isso envolvia, e de ao mesmo tempo manter um ponto de contacto com aqueles que quisessem saber como estávamos e o que andávamos a fazer. Ficará para sempre online para quem quiser saber como estes dois aqui chegaram, se adaptaram e foram vivendo os primeiros quatro anos desta aventura, que era suposto durar apenas dois.
Pessoalmente e em jeito de conclusão, é muito bom olhar para trás e relembrar algumas das coisas que nos aconteceram e tudo que fomos capazes de aguentar. Estamos num momento pessoal e profissional muito bom, não nego, mas desunhámo-nos para chegar aqui, viémos quando poucos queriam vir, aceitámos ir para onde poucos queriam ir, ultrapassámos uma data de situações adversas e ainda hoje pagamos o preço de uma distância que ninguém apaga e de quatro anos que ninguém nos devolve.
Foram quatro anos inesquecíveis de vida. Tiveram de tudo. Desde chegar a Gloucester e não ter ninguém à espera, aos tempos dos sacos de plástico do lado de fora da janela do quarto de hotel (porque não tinhamos frigorífico). Desde o primeiro almoço sentado numa rotunda, ao quarto que tinha um cano que nos acordava. À equipinha da Sunday League que não fazia dois passes seguidos e que agora parece o Barcelona da cidade. Ao treino na Lloyds, aos tempos de Relief, a Coronation Square, a Longlevens, à chegada ao Tesco, à subida no Tesco, aos novos projectos. Desde a primeira ida a Portugal em que parecia que tudo estava a fazer para que nós não chegássemos (a neve no aeroporto, o último comboio rápido que tinha partido, as obras na estação,...) até às idas regulares nos últimos anos.
Tem tido os seus momentos, sim senhor. Mas ultimamente, tirando uns devaneios de basófia e os registos das nossas férias e passeatas, simplesmente já não há muito para dizer. O blog arrastava-se e ele não merece isso. É melhor sair de cena quando ainda se tem alguma dignidade do que arrastarmo-nos sem noção de que o nosso tempo acabou.
Não levem a mal. Não fiquem tristes. Ninguém morreu. A Vanessa, que há quatro anos disse que ia escrever de vez em quando, em 341 posts contribuiu com zero e já nao olha para isto desde 2010. E eu, além de já não ter muito para dizer, continuo a estar disponível para quem realmente quiser saber de mim, à distância de um telefonema, de um whatsapp, de um telegrama (Ainda se escrevem telegramas? Deixo a pergunta...) ou de um email. Quem não quiser saber de mim mas tiver alguma coisa em que ache que precisa de mim, chute uma mensagem no Facebook ou no LinkedIn que eu, quando tiver tempo, atendo-os com toda a certeza.
Quanto ao Futuro, ele estará cheio de peripécias, certamente. Quer a nível pessoal - já faltou mais -, quer a nível profissional - tem corrido bem o trabalho com as under 720 pharmacies, de tal forma que parece que me querem propor qualquer coisa na próxima semana. Eu vou ouvi-los... -, quer pelo simples facto de que eu sou uma figureta que, inevitavelmente, esbarra sempre em grandes histórias. Mas isso já foge daquilo que era o âmbito deste blog. Ficarão guardadas para as grandes jantaradas que a vida ainda me reserva connvosco, família e amigos, que por aqui foram passando.
Um grande abraço a todos vós, tolinhos que nos foram seguindo, e Obrigado por nos terem aturado. Vemo-nos por aí.